Costureira de afetos, obra de memorialista de Arlete P. Fontes reflete, de maneira eclética e surpreendente, sobre a imigração de bisavós e avós - sua família -, que chegou ao Brasil cheia de sonhos, desejos e utopias. O colorido deste livro ocorre pelo cruzamento lírico de memórias narradas, poemas e crônicas familiares. O leitor se depara a cada passo com as histórias ouvidas, as marcas biográficas e a resiliência de tantas vidas neste lado do oceano. A máquina de costura da avó; os pés que plantaram café, as mãos que enterraram seus mortos; o pai tropeiro e o avô pipoqueiro são indeléveis representações dos fios que se unem, sob imagens de tanta delicadeza, num tecido único, firme, cosido, este livro - linho e seda na memória. Não há como sair desta leitura de mãos abanando. Ao lirismo, que reconstrói a ascendência, se junta, numa visão tão peculiar, a menina, a mulher, a profissional, a escritora. Lindo livro.
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